Maria Luísa MENDES (UFG) – ORCID
maria.luisa23@discente.ufg.br
Nayure Mirelle Marques RIBEIRO (UFG) – ORCID
nayuremirelle@discente.ufg.br
Leosmar Aparecido da SILVA (UFG) – ORCID
silva515@ufg.br
Nos últimos anos, tem-se intensificado o debate sobre o uso de palavras, frases e expressões capacitistas na sociedade e nas mídias sociais. Diversas instituições, movimentos sociais e órgãos públicos têm produzido cartilhas educativas com o intuito de orientar a população sobre o uso consciente da linguagem, destacando a importância de promover inclusão e equidade. Pensando nisso, este trabalho tem como objetivo analisar duas dessas cartilhas: Terminologias adequadas para o tratamento às pessoas com deficiência na era da inclusão, publicada pela Câmara dos Deputados, e Combata o capacitismo, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ambas propõem reflexões sobre a linguagem, orientações práticas e sugestões de substituição lexical de expressões comuns no cotidiano, mas que carregam sentidos pejorativos e reforçam estigmas, como “retardado” ou “dar uma de João sem braço”. A pesquisa fundamenta-se em pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva e adota uma metodologia qualitativa interpretativista. Foram analisados os termos destacados nas cartilhas, bem como as propostas de relexicalização e ressignificação apresentadas. Os resultados evidenciam que as cartilhas não apenas orientam sobre termos mais adequados, como a substituição de “portador de deficiência” por “pessoa com deficiência”, mas também promovem uma mudança discursiva e ideológica mais ampla, voltada à desconstrução de modelos mentais que associam deficiência à falta ou à inferioridade. Conclui-se que tais iniciativas contribuem para a promoção da inclusão no domínio linguístico, reforçando a necessidade de consciência crítica no uso das palavras e colaborando para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e respeitosa.
Palavras-chave: capacitismo; linguagem inclusiva; relexicalização; pessoa com deficiência.