Giselly Kilvia Oliveira AGUIAR (Universidade Federal do Ceará – UFC) –ORCID
gisellykilvia@alu.ufc.br
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise cognitivo-funcional de construções verbais [V1 (E) V2], considerando as construções em que o verbo pegar ocupa a posição V1 e V2 relativamente livre. Para isso, baseia-se nos estudos inseridos no quadro teórico do Funcionalismo Linguístico, em que a língua é observada por meio do uso, na Serialização Verbal de Aikhenvald (2006) e Givón (1979), no processo de gramaticalização proposto por Heine (1991, 2003) e por fim, na Gramática de Construções de Goldberg (1995, 2006) por entender que a construção verbal deve ocupar espaço central neste ponto. As 10 ocorrências, selecionadas a partir de 4 conversas do tipo Diálogo entre Informante e Documentador, foram retiradas do banco de dados NORPOFOR – Projeto Norma Oral do Português Popular de Fortaleza – CE com o auxílio do software AntConc e analisadas quanto aos parâmetros de gramaticalização de Heine (2003): i. Dessemantização, ii. Extensão, iii. Decategorização e iv. Erosão. Além disso, para a análise cognitiva das construções, os papéis participantes de Goldberg (1995, 2006): i. Agente, ii. Paciente e iii. Recipiente. Os resultados parciais apontaram que o verbo Pegar não exerce a função descrita pela gramática normativa, apresentando assim características do parâmetro da Extensão e Dessemantização. no que tange a cognição, por se tratar de contextos narrativos em 1° pessoa, o papel argumentativo de Agente é do narrador e concomitante a isso, os papéis de Paciente e Recipiente são das outras pessoas envolvidas no discurso. Ademais, tais resultados indicam a necessidade da continuidade do trabalho a fim de entender e mapear os usos que favorecem essas construções.
Palavras-chave: construções; cognitiva; gramaticalização; verbo pegar.