Lineker LUQUE (UFC) – ORCID
linksluque@yahoo.com
Júlio ARAÚJO (UFC) – ORCID
araujo@ufc
O presente estudo teve como objetivo analisar as manifestações do racismo algorítmico no Instagram, com ênfase nos mapeamentos cognitivos das interdições e exclusões expressas em comentários publicados na plataforma. Conduzimos a investigação a partir do aporte teórico- metodológico da Análise de Discurso Crítica (ADC), com base no modelo tridimensional de Norman Fairclough (2001), no campo textual, da prática discursiva e da prática social. Neste estudo, a ênfase recaiu particularmente no nível textual, onde se buscou identificar e interpretar marcas oriundas da Linguística Cognitiva (LC) de Langacker (1999, 2008), notadamente subjetividade e fictividade Tratamos a pesquisa sob uma abordagem qualitativa, orientada por uma perspectiva crítica, articulando dados de natureza bibliográfica e netnográfica, a fim de compreender as relações discursivas estabelecidas no ambiente digital. Constituímos o corpus a partir de três comentários selecionados em uma publicação do perfil do jornal Estadão no Instagram, relacionada ao tema em questão. Os resultados preliminares analíticos permitiram esboçar caminhos para a desconstrução das lógicas racistas disseminadas nas interações on-line, evidenciando como os algoritmos, contrariamente ao discurso dominante de neutralidade técnica, operam com base em padrões onde a linguagem é usada para criar cenários fictivos, os quais ocultam, sob a aparência de isenção mecanismos historicamente enraizados de exclusão. Ademais, foi possível perceber o algoritmo como um ente técnico autônomo e resultante de um construal subjetivo, no qual o falante social se exclui da cena enunciativa, ocultando sua agência e responsabilidade no processo de discriminação racial.
Palavras-chave: racismo algorítmico; fictividade; subjetividade; análise de discurso crítica; linguística cognitiva.
