José Carlos de Araújo Neto (Universidade Federal da Paraíba – UFPB) – ORCID
neto.jc76@gmail.com
Este trabalho discute a interface entre Linguística Cognitiva e Semiótica no ensino de produção textual no Ensino Médio, com ênfase na inclusão de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Linguística Cognitiva, a partir de Lakoff (1987) e Langacker (1987), entende a linguagem como resultado da experiência, percepção e organização do conhecimento. Essa perspectiva permite compreender a produção textual como construção dinâmica de sentidos, na qual os textos revelam esquemas cognitivos que articulam vivência e cultura. A Semiótica (Peirce, 2000; Rojo, 2013) complementa essa abordagem ao ampliar a análise para recursos multimodais (palavras, imagens, sons, gestos) e seus efeitos de sentido. Essa interface é fundamental para a inclusão de alunos com TEA, visto que pesquisas apontam que tais estudantes frequentemente utilizam recursos visuais e modos singulares de significação (Bosa, 2006; Fernandes, 2019). A pesquisa em andamento, de caráter qualitativo e exploratório-descritivo, investiga como práticas de ensino baseadas em esquemas cognitivos e trilhas sígnicas podem favorecer o desenvolvimento da competência comunicativa e a valorização da diversidade. A coleta de dados ocorreu por meio de formulários semi estruturados junto a professores e estudantes do Ensino Médio. Resultados preliminares indicam que alunos com TEA apresentam maior engajamento quando participam de propostas de escrita que integram estímulos visuais, narrativos e simbólicos. Professores relatam que o uso de materiais multimodais amplia o repertório expressivo e possibilita melhor articulação argumentativa. Esses achados sugerem que a articulação entre cognição e semiótica favorece a aprendizagem e valoriza as singularidades comunicativas dos estudantes.
Palavras-chave: Linguística Cognitiva; Semiótica; produção textual; autismo; inclusão.
