Maria Alice LINHARES COSTA (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) – ORCID m.alicecosta01@gmail.com
Valéria VIANA SOUSA (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) – ORCID
valeria.viana.sousa@uesb.edu.br
Gessilene SILVEIRA KANTHACK (Universidade Estadual de Santa Cruz) – ORCID
gskanthack@yahoo.com.br
Neste trabalho, investigamos a trajetória de mudança dos conectores concessivos instanciados pelo padrão [X que Y] em que o slot X pode ser preenchido por nem, mesmo ou ainda, enquanto o Y pode ser um elemento oracional ou não oracional. Com base na Linguística Funcional Centrada no Uso (Rosário; Oliveira, 2016), que coaduna pressupostos da funcionalistas, cognitivos e construcionais, partimos do pressuposto de que as construções concessivas evidenciam relações de contrastes e de não-factualidade no discurso. Neste cenário, recorremos à Teoria dos Espaços Mentais (Fauconnier, 1994) para explicar como essas construções ativam cenários hipotéticos ou contrafactuais, projetando diferentes espaços mentais que interagem com a realidade discursiva. Metodologicamente, adotamos o modelo de contextos sucessivos (Diewald, 2006) que nos permite analisar os micropassos de mudança. Tal modelo, aliado aos estudos dos espaços mentais, tem nos permitido identificar quando e como tais construções passaram a exercer a função concessiva, funcionando como mecanismos de perspectivação cognitiva, capazes de apresentar diferentes graus de modalidade e subjetividade ao longo de processos de mudança.
Palavras-chave: mudança construcional; espaços mentais; concessivas.