Tiago Martins da SILVA (UESB) – ORCID
tiagomscon@gmail.com,
Natalia BRITO (UESB) – ORCID
britosilvanatalia1234@gmail.com
Maíra AVELAR (UESB) – ORCID
mairavelar@uesb.edu.br
O presente trabalho busca observar a multimodalidade como fator determinante (e não auxiliar) na constituição da polidez na língua japonesa. Conforme a visão de mente corporificada de Valera, Thompson e Rosch (1991), os processos cognitivos se entendem entre a experiência e o comportamento. Essa concepção, aliada ao conceito japonês de tachiba, que, segundo Haugh e Obana (2011), se sobrepõe devidamente ao conceito de “papel”, delineado pela Teoria dos Papéis, nos aponta para a cultura japonesa como amplamente baseada nas interações gestuais, não como elementos auxiliares à construção do sentido, mas como determinantes desta, em particular no que tange à ética e à polidez. Esta relação entre multimodalidade e sentido, no japonês, pode ser vista por meio da observação do uso de gestos recorrentes e emblemáticos. Nos baseamos nas considerações sobre Payrató (2024), que considera os gestos emblemáticos como ligados à cultura, com altos níveis de convencionalidade e sistematicidade. Buscando apontar para a relação entre contexto, gesto e fala no japonês, a metodologia deste trabalho consistiu em buscar, em vídeos no Youtube, diferentes contextos sociais em que japoneses utilizaram gestos recorrentes (e potencialmente emblemáticos) associados à polidez ou à etiqueta, aliados à fala, determinando, conjuntamente, o sentido e grau de polidez da interação social. A fim de demonstrar o que encontramos nos dados parciais, transcritos e anotados no software ELAN (Sloetjes e Wittenburg, 2008), apresentaremos 4 dados ilustrativos de gestos que corroboram com a hipótese de que gesto atuam concorrente à fala na constituição dos sentidos de polidez na língua japonesa.
Palavras-chave: multimodalidade; gestualidade; polidez; língua japonesa; emblema.