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A CONSTRUÇÃO “BE LIKE” NO INGLÊS AMERICANO DO SÉCULO XXI

Camila Neiva Leite, OLIVEIRA (UFC) – ORCID
leiteneiva405@gmail.com

Resumo: Em muitas línguas, além dos verbos dicendi que introduzem discurso direto, surgem, principalmente no uso informal, novas formas, como, em português, a expressão tipo e, em inglês, a construção be like. Este trabalho objetiva examinar, numa abordagem cognitivo-funcional, a construção be like enquanto marcador de interação fictiva, recurso em que o frame de conversação é usado para estruturar o discurso (Pascual, 2006). Para tanto, foram analisadas, quanto a variáveis mórficas e semântico-discursivas, 129 ocorrências extraídas do Corpus of  Contemporary American English (COCA), dos seguintes gêneros do século XXI: fala, tv/filmes e notícias. Os dados revelaram predominância de interação fictiva (67,4%), em estrutura oracional (96,1%) e retiradas de tv/filme (80,6%). Boa parte (84,5%) situa-se no passado, muitas (34,9%) no presente histórico. Predomina o conteúdo “pensamento” na interação fictiva (60,9%) e a primeira pessoa (72,4%). Tais dados reforçam pesquisas anteriores sobre esta construção e apontam para um aumento do uso factivo do be like no século XXI e à sua ampliação para outros níveis, como em: “Da Vinci Code, like code red, like the ‘Contra’ code? LIKE , ‘Up, down, up, down, select, select’” (“Código da Vinci, tipo código vermelho, tipo contra código, tipo ‘em cima, abaixo, em cima, abaixo, selecione, selecione’”). Esses dados sugerem que a construção be like não  apenas reflete uma mudança nas formas de citação, mas também permite ao falante representar falas de  modo performático e sua própria perspectiva sobre o discurso reportado/fictivo. 

Palavras-chave: be like; interação fictiva; abordagem cognitivo-funcional.