Airan, Gonçalves dos SANTOS (UFSM) – ORCID
airansantos@rocketmail.com
Anselmo Peres ALÒS (UFSM) – ORCID
anselmoperesalos@gmail.com
O presente trabalho tem como objetivo analisar como o Alzheimer, enquanto condição neurodegenerativa, impacta a compreensão de leitura de idosos, considerando fatores linguísticos, psicológicos e neurológicos. Parte-se da premissa de que a leitura não se restringe ao processamento textual, mas envolve processos cognitivos complexos relacionados à memória, atenção e linguagem, que tendem a ser comprometidos em quadros de demência (Baddeley, 1992; Caplan, 1992). A base teórica articula contribuições da linguística, no que se refere às estruturas de compreensão e produção textual (Marcuschi, 2008); da psicologia cognitiva, que investiga mecanismos de atenção e memória de trabalho (Baddeley, 2012; Stern, 2012); e da neurologia, que descreve os danos progressivos em áreas cerebrais responsáveis pela linguagem e pelo processamento simbólico (Mesulam, 2000; Dubois et al., 2007). A metodologia adotada consiste em revisão bibliográfica interdisciplinar, com análise de estudos clínicos e experimentais sobre leitura em idosos com Alzheimer, além de relatos de pesquisas empíricas sobre estratégias de intervenção terapêutica (Bialystok et al., 2014). Os resultados indicam que a doença compromete significativamente a decodificação e a interpretação textual, especialmente em níveis mais complexos de inferência e integração semântica. No entanto, estratégias de mediação linguística e estimulação cognitiva podem contribuir para manter, ainda que parcialmente, a autonomia leitora, preservando aspectos da identidade e da participação social do idoso.
Palavras-chave: Alzheimer; compreensão de leitura; envelhecimento; linguística; neurologia.