João FRANCO (Universidade Federal do Ceará) – ORCID
francojoao@alu.ufc.br
Luiz Eduardo Albuquerque FREITAS (Universidade Federal do Ceará) – ORCID
eduardoalbuquerque@alu.ufc.br,
Francisco José Gomes de SOUSA (Universidade Federal do Ceará) – ORCID
francisco.jose.letras@gmail.com
As mudanças semânticas são características intrínsecas de uma língua, podendo ser flagradas no estudo diacrônico e sincrônico do sistema linguístico. Ao considerar os estudos sobre Semântica Cognitiva Prototípica (Lakoff, 1987), é possível relacionar as mudanças sistêmicas da língua com as práticas discursivas (Hopper, 1987; Foucault, 1970) em constante disputa na sociedade, visto que se torna viável pensar a pluralização semântica de um mesmo termo, a depender do seu falante, ouvinte, contexto e propósito comunicativo. Nesse sentido, buscamos investigar a extensão de sentido do termo bicha, que equivalia a um animal, para outros significados, por exemplo, de insulto/ofensa no ambiente tecnodiscursivo (Paveu, 2017), uma vez que entendemos que a conceptualização desse sentido só é percebida ao analisar o falante e/em sua prática discursiva. Diante desse objetivo, leva-se em consideração os trabalhos de Gabas Jr. (2007), Cittadin e Lino (2018) e Basilio (2011), além da Gramática Cognitiva de Langacker (2006), no que se refere à passagem de sentido de um domínio-matriz a um domínio-alvo. No que tange ao corpus escolhido, consideramos três plataformas de interação virtual (X/Twitter, Instagram e TikTok), das quais coletamos 10 ocorrências de cada inicialmente. Mediante a análise parcial dos 30 dados coletados, foi possível identificar a prototipia da palavra bicha e suas relações semânticas em diferentes contextos e práticas discursivas, além de verificar que tal mudança linguística resulta da extensão metafórica do vocábulo bicha.
Palavras-chave: bicha; domínio cognitivo; extensão metafórica