Carlos Eduardo de Melo Pereira da VEIGA (UFRPE) – ORCID
carloseduardo090501@gmail.com
Renata Barbosa VICENTE (UFRPE) – ORCID
renatab.vicente@gmail.com
O presente estudo analisa como a linguagem, enquanto prática social e cognitiva, reflete valores, crenças e identidades na era da inteligência artificial. O objetivo é compreender de que modo os discursos produzidos em ambientes digitais, tanto por sujeitos humanos quanto por sistemas baseados em IA, transformam as interações sociais e a forma de perceber a realidade. A base teórica articula a linguística cognitiva (Lakoff e Johnson, 2002) com as reflexões de Nicolelis em O Verdadeiro Criador de Tudo (2020) e em outras obras do autor, como Nada Mais Será Como Antes (2024), nas quais defende a centralidade do cérebro humano diante dos avanços tecnológicos. Para ampliar o aporte, dialoga-se também com Lévy (2022), em seus trabalhos sobre o projeto IEML e a “esfera semântica” como horizonte para a cultura digital, e com Santaella (2020), que examina criticamente os impactos das mídias digitais e da IA nos processos de significação e comunicação. A metodologia foi qualitativa, fundamentada em análise bibliográfica e discursiva de produções científicas e reflexões teóricas; e em entrevistas e reflexões de Nicolelis. Os resultados apontam que a cultura digital, mediada por algoritmos e redes sociais, reconfigura práticas comunicativas e identitárias, revelando tensões entre autonomia humana e influência tecnológica. Sendo assim, a pesquisa visa mostrar que compreender a linguagem nesse contexto é fundamental para uma análise crítica dos impactos sociais e cognitivos da IA, uma vez que os usos discursivos em ambientes digitais não apenas moldam percepções individuais e coletivas, mas também influenciam outras práticas e processos na contemporaneidade.
Palavras-chave: cultura digital; inteligência artificial; linguística cognitiva; linguagem; Miguel Nicolelis.