Rodrigo Lazaresko MADRID (IFBA) – ORCID
rodrigo.madrid@ifba.edu.br
O objetivo deste trabalho é refletir sobre a transitividade enquanto categoria linguística a partir de uma abordagem não categórica. Nesse sentido, proponho que a transitividade seja uma correspondência linguística da capacidade cognitiva de identificar a existência ou não de um evento e o grau de envolvimento dos eventuais participantes. Partindo dos pressupostos da Gramática Cognitiva e da Teoria dos Protótipos, o trabalho expande a noção de transitividade para abranger também construções não verbais de modo radial, em que os enunciados (verbais ou não) podem ser ora mais ora menos transitivos. Essa proposta resulta de uma análise tipológica das línguas Bantu, realizada por meio de uma pesquisa de cunho bibliográfico em gramáticas descritivas e artigos analíticos sobre ao menos uma língua de cada grupo Guthrie. Nessa pesquisa, foram encontradas construções que desafiam a distinção sujeito-objeto, nomeadamente a atribuição de propriedades, as construções de inversão e as extensões verbais ligadas à valência verbal, pondo em perspectiva a própria distinção entre construções verbais e nominais.
Palavras-chave: transitividade; línguas bantu; gramática cognitiva.