Luiz Eduardo ALBUQUERQUE FREITAS (UFC) – ORCID
eduardoalbuquerque@alu.ufc.br
David Breno BRASIL DA SILVA (UFC) – ORCID
davidbrasil@alu.ufc.br
Entendendo a gramática da língua como um sistema adaptativo complexo emergente das práticas discursivas (Hopper, 1987), percebe-se a importância do estudo dos desdobramentos semânticos produzidos pelos falantes neste sistema. Desta forma, este trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa exploratória acerca da organização radial do verbo “chegar” para mostrar que as instanciações deste verbo se relacionam com um núcleo central prototípico. Para tanto, a pesquisa tem como aporte teórico os estudos sobre Semântica Cognitiva Prototípica (Lakoff, 1987), assim como as interrelações construcionais do verbo “chegar” (Silva, Nascimento, Santana, 2024).. Para investigar os desdobramentos semânticos do verbo, utilizou-se um corpus misto de 100 ocorrências, combinando 50 ocorrências de contexto formal do Corpus do Português com 50 de contexto coloquial do X/Twitter, ambas em português brasileiro, que, consecutivamente, foram associadas com os significados expostos no dicionário Michaelis. Por meio da coleta e análise desses dados, foi possível obter, como resultado preliminar, que as instâncias do verbo “chegar” apresentam uma conexão com um núcleo central prototípico de “deslocamento espacial/temporal a um ponto final” e, acerca das categorias radiais, foi possível identificar a presença de 7 subcategorias que estão ligadas ao verbo que, semanticamente, apresentam os sentidos de “atingir um ápice”, “bastar”, “existir”, “proximidade”, “aspectualidade”, “ponto final” e “ênfase”. Em suma, este estudo revela-se de bastante importância para a compreensão dos fenômenos investigados. No entanto, para uma análise mais aprofundada da radialidade deste verbo, faz-se necessária uma pesquisa em larga escala, que permita analisar um volume maior de dados e contextos discursivos.
Palavras-chave: chegar; organização radial; semântica cognitiva.