Ana Beatriz de VASCONCELOS (Universidade Federal do Ceará) – ORCID
biavasconcelosx@gmail.com
Adriane Nágila Pereira RODRIGUES (Universidade Federal do Ceará)
adriane@alu.ufc.br
Francisca Viviane Pereira de ALMEIDA (Universidade Federal do Ceará)
vivianepdalmeirdaa@gmail.com
Este trabalho analisa o verbo “correr” à luz da Linguística Cognitiva, com ênfase na Semântica de Protótipos, a fim de demonstrar que seus diversos usos organizam-se em torno de um núcleo conceitual central, a partir do qual se irradiam extensões semânticas motivadas por mecanismos cognitivos como metáfora e metonímia conceptual. A pesquisa investigou o verbo “correr” a partir de uma abordagem quantitativa e da semântica cognitivista proposta por Lakoff (1987). O estudo analisou duzentas ocorrências do verbo em diversas fontes — Twitter/X, Corpus do Português e sites jornalísticos, entre os séculos XIX a XXI para captar uma ampla variedade de usos. A análise se baseou em três critérios: deslocamento, movimento e rapidez, também foram categorizados os sujeitos dos verbos, avaliando suas características semânticas. Essa matriz analítica possibilitou a distinção entre sentidos prototípicos e usos periféricos. O sentido central do verbo “correr” é o rápido deslocamento físico de um ser animado. A partir dele, a análise distingue usos prototípicos e periféricos, originando extensões metonímicas, como “correr para o trabalho”, e metafóricas, como “o tempo corre”. A análise mostrou que a polissemia do verbo “correr” é motivada por experiências corporificadas e esquemas mentais. As categorias lexicais funcionam em redes radiais, confirmando a centralidade da cognição na formação do significado linguístico. Os resultados obtidos não apenas contribuem para o entendimento da estruturação semântica de verbos polissêmicos na língua portuguesa, mas também reafirmam a pertinência da abordagem cognitivista para a descrição e explicação de fenômenos linguísticos complexos.
Palavras-chave: Linguística Cognitiva; polissemia; verbo correr.